terça-feira, 11 de outubro de 2011

As manobras de Peluso: o que pensa X o que divulga.

Mais uma manobra do Presidente do CNJ e do STF, Cezar Peluso, no sentido de enfraquecer a Corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, e acalmar os ânimos da sociedade com sua indisfarçável disposição de freiar as ações disciplinares do CNJ contra a magistratura, dando provimento à ADI que tramita no STF, relatoria de Luiz Fux, que deve ser julgada semana que vem.
Desta vez, foi anunciado que os processos contra juízes em andamento nas corregedorias dos Tribunais de Justiça poderão ser acompanhados no site do Conselho Nacional de Justiça. As informações serão atualizadas mensalmente com dados fornecidos pelas corregedorias estaduais. O anúnciou foi feito por Peluso ontem, (10/10), durante encontro com 15 representantes do Colégio de Corregedores. Também houve o compromisso dos corregedores em solicitar informações aos presidentes dos Tribunais de Justiça sobre processos envolvendo desembargadores.
Os juízes corregedores "solicitaram" a audiência com o ministro Peluso para declarar apoio incondicional às ações do CNJ, destacando os relevantes serviços que o Conselho tem prestado para o aprimoramento da Justiça no Brasil.
Só mesmo muita ingenuidade para acreditar em ato dessa natureza sem forte motivação (pressão); em verdade, Peluso tenta mostrar ao grande público, que a afirmação de que as corregedorias não investigam e nem punem os magistrados é infundada, de que o CNJ não seria o fôro competente para tal ou não existiria a necessidade de sua atuação.
Não obstante ter defendido ardorosamente a competência do CNJ para investigar a magistratura, e ter afirmado que caso seja dado provimento à ADI ele mesmo vai propor norma para regulamentar esses poderes, essa atitude não passa de "jogo de cena", Peluso tem Eliana Calmon como uma pedra incômoda em seu sapato, e está brigando nos "bastidores" em favor da ADI.
Como se observa facilmente, Peluso joga como exímio estrategista, não pretende desgastar sua imagem defendendo publicamente a limitação dos poderes do CNJ, mas está se movimentando de todas as formas para impor na Corte o que entende ser legal.
Um artista, nesse aspecto, merece elogios!


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