quinta-feira, 2 de junho de 2011

Belo Monte e a água de Altamira


Como é sabido, ontem (01/06) o IBAMA concedeu licença ambiental para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu; também não é novidade que o consórcio responsável pela construção não cumpriu as condicionantes, a própria justificativa para concessão da licença admite o descumprimento. 
Um aspecto da justificativa da licença me pareceu mais grave - se é que possa haver uma ordem nesse sentido -, diz respeito a qualidade de água do município de Altamira (o mais próximo da obra); o IBAMA havia feito a exigência de 100% de saneamento, e agora, o órgão cita a "eutrofização" em algumas localidades.
O termo técnico estranho esconde uma verdadeira "desgraça" ao município de Altamira, com repercussões graves à população, e consequências sinistras. A "eutrofização" é um fenômeno causado pelo excesso de muntrientes em uma massa de água, provocando um aumento excessivo de algas, que por sua vez, fomentam o desenvolvimento de outros elementos da teia alimentar do ecossistema, o que leva à uma diminuição de oxigênio, provocando a morte e consequente decomposição de muitos organismos, diminuindo a qualidade da água e a alteração profunda do ecossistema.


Tudo isso poderia ser simplificado da seguinte forma: a água fica "podre", imprópria  ao uso humano. Como um ponto como esse pode ser relevado pelo IBAMA? Como a determinação cega de construir uma usina hidrelétrica pode condenar todo um município, retirando um bem imprescindível à vida humana?
Tenho uma previsão bastante pessimista em relação ao futuro (?) de Altamira, espero sinceramente que haja alguma reação, e seja possível reverter esse horror orquestrado!

* As imagens são de ambientes eutrofizados.

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