sexta-feira, 4 de maio de 2012

Campanha desnuda candidato.


Uma campanha eleitoral é a verdadeira espada de Dâmocles dos candidatos, pode significar o berço do poder que espera alcançar, como o caminho à derrota que pode até mesmo significar o ostracismo na vida pública.
E, não se pode pensar que a campanha se limita ao período ou aos meios legalmente autorizados pelo Judiciário, vai muito além, ainda mais nos tempos atuais das mídias ditas alternativas e redes sociais.
O tema me veio à cabeça após a polêmica envolvendo o deputado federal Arnaldo Jordy, cuja pretensão de concorrer à Prefeitura de Belém é pública, e uma namorada; um vídeo anônimo foi veiculado na internet revela uma conversa entre os dois, em que o deputado está tentando convencer a namorada a não levar adianta uma gravidez.
As reações foram diversas, uns crucificando, pois seriam contra o aborto, outros argumentaram que o episódio seria um assunto privado da vida de Jordy, e outros não viam nada de anormal, pois são favoráveis ao aborto e entendem que as reações contrárias não passam de hipocrisia.
Pessoalmente não me passou pela cabeça a questão do aborto em si, e sim outros aspectos; primeiramente a gravação não autorizada de uma conversa privada e a consequente divulgação para o público, uma fonte segura repassou ao blog que não se trata apenas de 3 minutos de diálogo, ainda teria à ser revelada mais 30 minutos, e que diante do tema tratado, um partido político protocolará representação no Conselho de Ética da Câmara Federal contra o deputado e uma notitia criminis no Supremo Tribunal Federal.
Como fica claro, não se trata de mera fofoca com a vida alheia, e sim expressa determinação em "detonar" a pretensão de Jordy de vir a ser Prefeito da capital do Estado do Pará, e até mesmo colocar fim em sua carreira política, levada ao auge com a campanha à Câmara Federal, após presidir a CPI da pedofilia na Assembléia Legislativa do Estado do Pará.
O outro aspecto é sobre a dicotomia entre o discurso e a prática. Quem é o Jordy? O que ele defende? Seu discurso revela o que pensa ou caminha segundo seus interesses políticos?
Sabe-se que já levantou a bandeira contrária ao aborto, hoje é revelado que tentou de forma insistente convencer uma mulher com a qual teve uma relação eventual a praticar o aborto; e não acho que seja um mero fato da vida privada, o deputado não considerou a opinião ou a vontade íntima da grávida, queria impor a sua; isso não se coaduna com quem sempre passou a imagem de político preocupado com direitos e liberdades.  
Diante dessa forma de agir, quem pode garantir que a bandeira de sua campanha, o candidato ficha limpa, não passa de um oportunismo típico dos políticos "trabalhado" pelo marketing eleitoral? Seria o deputado limpo em sua dita "vida privada"?
Uma fato é certo, com o episódio, acredito que uma parcela considerável do eleitorado do deputado se sentiu traída, tanto a ala liberal como a conservadora viu nos fatos uma face nada limpa do homem Jordy, e, em se tratando de um político, não há como fazer distinção.

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