segunda-feira, 6 de junho de 2011

MPF/PA braço maior de resistência a Belo Monte

Rio Xingu próximo a Belo Monte
Para quem me brindou com a leitura desse blog, sabe que por diversas vezes manifestei posicionamento contrário ao "modo de agir" do Ministério Público Federal, inclusive critiquei a atitude do Dr. Felicio Pontes em privilegiar um blog para divulgação de seu posicionamento quanto a hidrelétrica de Belo Monte. Mas que fique claro que tão somente a "forma" de agir foi alvo de crítica, e nunca a constante luta contra o que entendo ser um crime contra o meio ambiente, que é Belo Monte.
Após a divulgação de concessão pelo IBAMA da licença de instalação, mais uma batalha foi iniciada pelo Ministério Público Federal do Pará, foi ajuizada hoje (6/06) a 11ª ação civil pública contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. O pleito é de suspensão da licença de instalação do empreendimento.
Segundo os fundamentos da ação, o Ibama atingiu o "limite da irresponsabilidade" ao não cumprir as próprias exigências que o órgão impôs à construção de Belo Monte. No documento, o ministério relembra dados da região de Rondônia, onde o Ibama usou "conceitos elásticos" para permitir a instalação das usinas de Jirau e Santo Antônio. Fez lembrar que essa "novela" já nos foi apresentada antes. "Além das violações trabalhistas que culminaram com a explosão do canteiro de obras de Jirau em março de 2011, em Porto Velho o índice de migração foi 22% maior que o previsto, os casos de estupro aumentaram em 208% e quase 200 crianças permanecem fora da escola apenas em uma das vilas”, afirma a procuradoria na ação.
A última "carta"para início das obras foi dada, o MPF chama atenção ao fato de que a região vai receber os impactos da obra sem estar preparada, o próprio IBAMA em parecer técnico reconhece que  40% das condicionantes não foram cumpridas pela Norte Energia S.A
Infelizmente não sou otimista em relação ao sucesso da demanda, já se fez um pacto neste país para que essa hodrelétrica saia, esse jogo de xadrez está com cartas marcadas, pouco importa o preço a ser pago.
Mas, fica aqui registrado meu reconhecimento pela incansável luta do MPF do Pará em defesa do Rio Xingu, dos indígenas, dos ribeirinhos e do povo pobre dos municípios que serão afetado por Belo Monte, o conto contado é bonito, mas não passa de canto de sereia a esconder um futuro de destruição do meio ambiente e miséria maior ao povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário